| Ideli Salvatti: 'A Saúde vai ter um   novo imposto' Em entrevista ao   'Estado', ministra das Relações Institucionais diz que governo tem ‘clareza’   de que precisa de novas fontes para financiar setor  Sem caneta na mão, mas com "muitos baldes de saliva para   gastar" na tarefa de unir a base aliada, a ministra das Relações   Institucionais, Ideli Salvatti (PT), admite que o governo ainda quer a   criação de um imposto para financiar investimentos em saúde no País e   arrecadar mais R$ 45 bilhões por ano. A expectativa do Palácio do Planalto é   que o tributo seja aprovado em 2012, apesar das dificuldades previstas por   causa das eleições municipais. Nesta entrevista ao Estado, ao mencionar as   "fontes" em debate para custear a saúde, Ideli não fez rodeios para   definir do que se trata: "É um novo imposto". Articuladora política   do governo, a ministra garantiu, porém, que nada sairá neste ano porque   decisões assim precisam ser "adequadas" à situação econômica.   "Você não pode trabalhar desonerando de um lado e onerando de   outro", ponderou. Cinco dias após a Câmara ter aprovado a Emenda 29 - que define os   gastos com saúde para União, Estados e municípios -, Ideli reiterou que o   dispositivo não resolve o problema porque não indica de onde virão os   recursos. Para ela, a comissão acertada entre os governadores e o presidente   da Câmara, Marco Maia (PT-RS), poderá "resgatar" projetos de lei   que criam base de cálculo para a nova versão da CPMF, o imposto do cheque extinto   em 2007. "Nós já colocamos o dedo na ferida", disse Ideli. A Câmara aprovou o projeto que regulamenta a   Emenda 29, mas não incluiu a base de cálculo para a criação da Contribuição   Social para a Saúde (CSS). O que pode ser feito?Apesar de estar   criada a contribuição, a alíquota terá, obrigatoriamente, de ser fixada por   lei. A comissão que o Marco Maia formou com os governadores deixa uma porta   aberta para o debate. E quais são as alternativas para financiar os   gastos na saúde? Já se falou em taxação de grandes fortunas,   bebidas, cigarros, remessa de dinheiro para o exterior, royalties do petróleo   e até em legalização do jogo. A presidenta Dilma tem pedido muito cuidado   porque estamos vivenciando uma crise internacional, que será prolongada. Você   não pode trabalhar desonerando de um lado e onerando de outro. O governo vê necessidade de financiar a saúde,   mas não quer arcar com o ônus de medida impopular, não é?O governo tem   clareza de que precisa de novas fontes para a saúde. Nós já colocamos o dedo   na ferida. Nova fonte é um novo imposto...É um novo   imposto, que poderá ser de uma forma ou de outra. A questão é que essa nova   fonte tem de ser adequada à conjuntura econômica e só pode ser criada com uma   discussão de caráter federativo e em consonância com o Congresso. Mas não é complicado criar imposto em 2012, um   ano eleitoral?É uma coisa complicada, sim, mas todos os governadores acham, e nós   concordamos, que o principal tema da eleição de 2012 será a saúde. Não dá   para fazer o debate de forma demagógica, dizendo: "Ah, vamos   resolver". Resolver de onde, cara pálida? A presidenta Dilma chamou os   governadores, o Congresso e disse: "Não façam maquiagem. Se vocês querem   que a saúde tenha evolução de patamar, de atendimento, vai ter de mexer. E   não serei eu, sozinha, que vou fazer isso". O valor que se pretende arrecadar são aqueles R$   45 bilhões citados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha?São R$ 45 bilhões   por ano para chegar ao mesmo gasto per capita do Chile, sendo que o Chile não   garante os serviços públicos de saúde que garantimos. É só para o ano que vem mesmo? Sim. Este ano não sai, por causa da situação econômica. Um parlamentar aliado pode apresentar projeto de   lei para definir a alíquota?Pode ser qualquer parlamentar. Há   projetos tramitando e a comissão criada na reunião entre governadores e o   presidente da Câmara deverá resgatar alguns. O Senado não pode criar isso. (...) | 
Autora: Vera Rosa e Tânia Monteiro 
Fonte: O Estado de S.Paulo
Fonte: O Estado de S.Paulo
 
 
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