sábado, 19 de setembro de 2015

Flashback: Quando nasce o amor (1)

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

TICs na Educação

Aqui vai um texto que produzi em 2008, baseando-me em MORAN. Algumas das previsões por ele propostas já ocorrem, mesmo que em pequena escala; outras demandam tempo para serem efetivadas eficazmente.



MORAN, José Manuel. A TV digital e a integração das tecnologias na educação. In: Boletim 23 sobre Mídias Digitais do Programa Salto para o Futuro. TV Escola - SEED, novembro, 2007

Resenha crítica: Elizete Mainardes Appel


As mídias todas estão disponíveis e integrando-se. Todos podem e devem encontrar espaço nesse mundo virtual, qualquer coisa pode ser digitalizada. O mundo físico abre espaço para o mundo virtual, inúmeros serviços podem ser realizados on-line e as formas de aprender e ensinar também mudam.
A TV passa a ser digital e é a última das grandes mídias a integrar-se. Computador e celular estão cada vez mais potentes e agregando ainda mais funções: internet, mp3 câmera digital, jogos, bluetooth e TV. Com o advento da TV digital teremos mais pressão para que as tecnologias se integrem. Porém, será ainda demorado, pois o salto da sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento é complicado.
         Imagens de alta definição e ótima qualidade de som serão uma constante também na TV aberta, com canais de notícias 24 horas, compras, esporte assim como na TV por assinatura. Para um público mais exigente teremos uma TV on-demand em que o telespectador seleciona os programas a que quer assistir.
No início serão ainda parcos os recursos oferecidos, no entanto, com o tempo há tendência de ampliarem-se assim como com a internet já ocorre. É a inovação na internet e celular que obriga a TV a ser mais interativa, ou será uma mídia obsoleta.
Na educação a tecnologia digital baixa custos. Aulas podem ficar à disposição dos alunos para que acessem no ritmo e horário que lhes convier. As aulas à distância nos darão a sensação de estarmos ao lado dos alunos e os alunos do professor, diferente do que é hoje.
        Assim como ocorre no YouTube, os alunos poderão ser produtores de conteúdos. A interatividade pressupõe não um telespectador passivo, porém esbarra no poder aquisitivo do brasileiro. A falta de qualidade na educação também contribui para que as pessoas sejam menos críticas. E se continuar assim, estas serão ainda servas de uma mídia pronta.
Poderemos ter salas de aula abertas para cada grupo, turma, universidade e recriar nelas todo o potencial da comunicação presencial, à distância, mas conectados. Isso vai baratear os custos para mega-universidades e trarão o sonho de uma educação mais acessível. Teremos, é claro, as instituições que oferecerão propostas educacionais mediadas pelas tecnologias digitais para grupos menores, com mais interação, focadas na aprendizagem, no aluno, em criação de grupos de pesquisa, de projetos e aprendizagem colaborativa.
Para que haja maior interesse, as tecnologias dependem também de como cada um as utiliza, em contextos e encontros pedagógicos motivadores ampliam a curiosidade, a motivação, a pesquisa, a interação; em contextos e encontros pedagógicos acomodados, rotineiros aumentam a previsibilidade, o desencanto, a banalização da aprendizagem e o desinteresse.
        A cultura constrói-se sobre ela mesma enquanto as tecnologias evoluem muito mais. A cultura educacional é baseada na repetição e na prática escolar temos avançado ainda menos que intelectualmente.
De nada vale ter tecnologias de ponta sem programas estruturais que valorizem os profissionais na formação e no exercício efetivo da profissão, com salários e condições dignas. A tecnologia é apenas mais um instrumento, contudo sem paixão por ensinar e aprender, ela em nada agrega.

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