E.E.M.Professor Roberto Grant
Professora Elizete Mainardes Appel
Disciplina: Língua Portuguesa
27/03/2015
Série: 3º05
Por: Christian José Saidok,Letícia Emillyn da Cunha,Matheus Soares,Natalia Arnold e Vitor Mizael Marés Heleodoro
1900, neste ano nasce uma das figuras que teria uma das histórias menos conhecidas do Contestado, mas não menos emocionante. Seu nome era Mathias Silveira mais conhecido como Baianinho. Sua história se passa na pacata cidade de Caçador, onde nasceu,viveu e morreu.
Sua infância foi marcada por decepções, sua mãe morreu enquanto ele ainda era bem criança, e seu pai era alcoólatra fazendo com que ele tivesse que cuidar do irmão mais novo.
Baianinho: A história
Com seus 12 anos conheceu a donzela que iria mudar sua vida, a partir daí começa nossa história dentro do Contestado.
12 de outubro de 1910, um dia comum como todos os outros para Baianinho, acordou cedo, cuidou do irmão, fez as coisas de casa, e no fim do dia, como acontecia normalmente, ele pegou seu burro e foi para o centro fazer compras para sua humilde residência. Chegando lá comprou alguns mantimentos na mercearia de seu Mané. Saindo da mercearia acabou se deparando com uma menina. Não era qualquer menina, era a menina de sua vida. Ela estava em cima da carroça de seu pai, o comandante João Gualberto Gomes de Sá Filho. Assim que a viu seu coração disparou de forma impressionante. Foi paixão à primeira vista.
Passado algum tempo, Baianinho precisava saber quem era aquela moça. Resolveu, então, trabalhar para o sargento Cristiano José de Mesquita, que era um dos sargentos mais jovens da época, com a intenção de descobrir algo sobre sua amada. Cristiano resolveu aceitar o pedido do pobre garoto e deu um lugar para ele trabalhar em seu jardim.
Logo em seu primeiro dia de trabalho, Baianinho conheceu uma empregada, seu nome era Leocádia Emillyana da Cunha. Baianinho trabalhou lá por anos. Até que um dia...
22 de setembro de 1912
— Como vais Baianinho ? O que vai levar hoje ?
— Olá seu Mané, hoje apenas vou levar um pouco de erva mate.
— Desculpe Baianinho, mas acabou a erva por causo do embargo que está ocorrendo.
— Tudo bem, então hoje não levarei nada.
Saindo dali, Baianinho foi encontrar seu conhecido José Maria de Santo Agostinho, um dos líderes na revolução que estava prestes a ocorrer. José Maria falou muito sobre suas causas fazendo Baianinho, com apenas seus 12 anos, querer ajudá-lo. Após isso Baianinho foi em direção à várzea, local onde se encontrava com Nina Arnolda, menina que conheceu há algum tempo e acabaram se apaixonando. Eles se encontravam escondidos pois Nina era uma donzela de classe diferente de Baianinho não passava de um caboclo qualquer. Nesse encontro ambos tinham más notícias.
— Baianinho,tenho algo muito triste para te dizer. Vou casar com Cristiano José de Mesquita.
— Mas como? Ele é meu chefe, e eu odeio ele. Você não pode fazer isso.
— Desculpe Baianinho mas meu pai me arranjou para ele.
— Por que você não confessa nosso caso para ele ?
— Ele jamais aceitaria alguém como você na família. Você não entende, ninguém entenderia nosso caso.
Baianinho, após o ocorrido, lamentou muito e chorou.
— Nina, também tenho algo a te dizer
— O quê ?
— Fui convocado para a guerra junto dos rebeldes. Isso pode ser ruim para você, mas preciso fazer isso e juro que no fim vou acabar com meu chefe Cristiano.
Com essa conversa os dois ficaram muito mal, mas sabiam que eram obrigados a aceitar.
No passar dos dias a situação foi piorando e estava cada vez mais próximo um conflito armado na área do Contestado. A briga por regiões era grande e as forças armadas começaram a se preparar.
Baianinho participou de alguns conflitos mas sempre saindo ileso. Enquanto isso estava sendo arranjado o casamento de Nina Arnolda com o Sargento Cristiano. O casamento foi marcado para dia 14 de abril de 1913. Baianinho, sabendo desta notícia, pediu ajuda para seu colega Vitorino Potiguara para, um dia antes do casório, raptar Nina.
Neste período ouve uma trégua na guerra, assim podendo se fazer uma baita de uma festa.
Chegando o dia anterior ao casamento, Vitorino e Baianinho foram em direção a casa do Sargento. Vitorino chamou o sargento para uma conversa que serviria de distração para Baianinho fugir com a amada. Baianinho obteve sucesso, porém jamais imaginava que o sargento teria pago para Vitorino falar o que sabia. Eles fugiram para Lebon Régis, local marcado por sua devastação durante a guerra.
Nina e Baianinho passaram um certo período juntos nessa cidade. Até que um dia...
— Baianinho que barulho foi esse ?
— Eu não sei Nina. Vou dar uma olhada.
Baianinho, saindo do barraco em que estavam, se deparou com um grupo de soldados liderado pelo Sargento Cristiano. Eles o prenderam e fizeram questão de chamar Nina para ver a ocasião.
— Nina sua vagabunda, venha aqui e veja o que vai acontecer com esse lixo.
Nina com seus olhos cheio de lágrimas saiu e falou:
— Me matem! Eu sou a culpada! Ele não merece sofrer.
E o Sargento Cristiano:
— Nina, suas palavras não o salvarão, nem salvarão você. Você tinha um compromisso comigo e o descumpriu, e ele é um piazinho de merda que acha que pode roubar você de mim.
O sargento, após falar isso, sacou sua arma e atirou em Baianinho várias vezes até sua morte. Nina, observando a situação, roubou uma faca de um dos soldados e falou:
— Se não vou viver com ele, com você jamais será.
Nina pegou a faca e enfiou-a em seu coração.
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