terça-feira, 26 de março de 2013

Por Leticia Karschimarski

 Quando chegarmos em São Bento, pagarei uma cerveja para você.

 Fechado!
 
Sentada no banco de trás do motorista, eu escutava a conversa dos dois, meu pai e um amigo da família, o Valdir. Coloquei o fone de ouvido e tentei relaxar um pouco.
      
Do nada, o carro saiu da pista e vi nosso amigo Valdir - o motorista - caindo para o lado da minha mãe, no banco do carona. No início achamos que era tudo uma brincadeira, até cutuquei o ombro dele.
      
O carro capotou, minha mãe gritava desesperadamente:
 Segura o Dudu, segura o Dudu!
      
Olhei para fora da janela, o carro havia voltado para a pista, e bem no meio dela vi aquela Hilux vindo. Achei que tinha morrido, tudo se apagou.
      
Quando acordei, achei que estava sonhando, pois não acreditava: Por que comigo? Com a gente? Tudo girava, minha mãe gritava, mil vozes em minha mente, parecia que tinha quinhentas pessoas em volta. Deitada na beira da estrada, alguém havia me tirado do carro, um civil me salvou.
      
Logo a ambulância chegou, me imobilizaram, disseram que eu havia tido uma parada cardíaca. Meu ombro doía horrivelmente, minha clavícula quebrou com o impacto.
      
Quando chegamos no pronto socorro, me deixaram sentar; olhei minhas pernas, estava espirrado sangue. Me desesperei, o Valdir faleceu.
      
Nos transferiram para o hospital. Quando o médico estava nos avaliando, disse que no outro dia teríamos alta.
      
Era noite, nunca desejei tanto estar em casa.

(Leticia Karschimarski - 1ª01/2013)

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