sexta-feira, 29 de março de 2013

Bíblia Freestyle


ATOS 8

29/03/2013
"Um sujeito chamado Saulo (você vai entender quem é esse cara mais pra frente) fez parte do grupo que mobilizou o assassinato de Estevão. A perseguição naqueles dias se tornou tão dura em Jerusalém, que os seguidores de Jesus se esconderam nos arredores. Só ficaram os apóstolos mesmo.

Foi duro pra Igreja ter que enterrar Estevão. A galera chorou de verdade, pois era um grande homem de Deus.

Saulo tava fazendo força pra destruir a Igreja. Ele entrava na casa das pessoas e os arrastava como se fossem bicho para a cadeia.

Mas os que vazaram pros arredores de Jerusalém iam pregando por onde passavam. Inclusive Filipe foi pra uma cidade chamada Samaria (de onde vem os samaritanos) e pregou muito por lá. O povão ficou doido com os milagres que ele fazia. Foi motivo de muita alegria o que Deus fez ali."






















O pastor Ariovaldo, de Uberlândia está publicando um capítulo da Bíblia por dia. O curioso é que ele faz uma releitura numa linguagem "da galera".
Ele é fundador de uma igreja (Igreja Manifesto Missões Urbanas) voltada ao público de roqueiros e com o vocabulário "dos mano" pretende atingir os curiosos de plantão.

Então, "si pá der pra dar um break no trampo, dê uma olhada aê, brother".


Veja a reportagem na íntegra:
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2013/03/versao-freestyle-da-biblia-causa-polemica-e-divide-opinioes-em-mg.html

quarta-feira, 27 de março de 2013

A ARTE DE SER AVÓ - Rachel de Queirós

Netos são como heranças. Você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu...é, como dizem os ingleses, um ATO DE DEUS. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade...e não se trata de um filho apenas suposto. O neto é realmente o sangue do seu sangue, filho do seu filho, mais filho que filho mesmo.



Quarenta , quarenta e cinco, cinquenta anos. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita. 

Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda. 




E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um bebê. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração. 



Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. 



E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno. 



(Rachel de Queirós)

terça-feira, 26 de março de 2013

Por Leticia Karschimarski

 Quando chegarmos em São Bento, pagarei uma cerveja para você.

 Fechado!
 
Sentada no banco de trás do motorista, eu escutava a conversa dos dois, meu pai e um amigo da família, o Valdir. Coloquei o fone de ouvido e tentei relaxar um pouco.
      
Do nada, o carro saiu da pista e vi nosso amigo Valdir - o motorista - caindo para o lado da minha mãe, no banco do carona. No início achamos que era tudo uma brincadeira, até cutuquei o ombro dele.
      
O carro capotou, minha mãe gritava desesperadamente:
 Segura o Dudu, segura o Dudu!
      
Olhei para fora da janela, o carro havia voltado para a pista, e bem no meio dela vi aquela Hilux vindo. Achei que tinha morrido, tudo se apagou.
      
Quando acordei, achei que estava sonhando, pois não acreditava: Por que comigo? Com a gente? Tudo girava, minha mãe gritava, mil vozes em minha mente, parecia que tinha quinhentas pessoas em volta. Deitada na beira da estrada, alguém havia me tirado do carro, um civil me salvou.
      
Logo a ambulância chegou, me imobilizaram, disseram que eu havia tido uma parada cardíaca. Meu ombro doía horrivelmente, minha clavícula quebrou com o impacto.
      
Quando chegamos no pronto socorro, me deixaram sentar; olhei minhas pernas, estava espirrado sangue. Me desesperei, o Valdir faleceu.
      
Nos transferiram para o hospital. Quando o médico estava nos avaliando, disse que no outro dia teríamos alta.
      
Era noite, nunca desejei tanto estar em casa.

(Leticia Karschimarski - 1ª01/2013)

segunda-feira, 25 de março de 2013

A História da Páscoa contada por crianças

A inocência e singularidade das crianças ao contar sobre o surgimento da Páscoa. Simplesmente lindo do início ao fim...

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=JcvnU1w-xnk


E para quem preferir, tem a versão em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=C6J1WQnBTfM

quarta-feira, 20 de março de 2013

España

Uma viagem, cujo destino era o país do flamenco, dos reis e rainhas, das ciganas e dos plebeus, mudaria por completo minha vida. Espanha, foi para onde viajei.

Com cinco anos de idade, meus pais se separam, mas nessa fase eu não estava por perto. Eles romperam em Londres - Inglaterra - após um ano e seis meses que estavam lá. Enquanto isso eu estava em uma cidadezinha ao sul do Brasil, aos cuidados da minha avó. 

Logo após o acontecido, minha mãe voltou; porém, sozinha. Depois de um tempo, meu pai retornou com uma proposta irrecusável: Espanha, família toda, outra cultura, nova língua, uma nova vida!

Fomos os quatro. Eu, meus pais e minha irmã.
Hoje tenho plena noção do quanto isso mudou minha vida, posso escrever que foi a experiência mais incrível de toda a minha existência. Até aqui, claro, pois ainda pretendo viver muito; mas, com toda a certeza, foi um fato significativo para mim e arrisco a escrever que a partir do momento em que entrei no avião portas se abriram e se fecharam no meu futuro. 

Cheguei lá muito nova, mais especificamente uma criança de seis anos. Fui alfabetizada em castelhano.
Minha infância foi repleta de castelos, ruas estreitas. Ah, que belas ruas! Diga-se de passagem, tão charmosas, com construções antigas, com "plebeus" caminhando sem pressa. E sem pensar, ao olhar para cima, pode-se ver onde os nobres viviam, os castelos com suas encantadoras histórias.

Aprendi uma belíssima língua. Uma surpreendente cultura.

(Maria Laura Muzza  - 1ª 01/2013)