sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"Mundo, mundo, vasto mundo... Mais vasto é meu coração."

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O sãobentense (ou sãobentanso como chamam os que, como eu, não nasceram aqui) comprou um carro e estava dando uma volta ali pela Wenzel Kahlhofer (a rua do terminal rodoviário) quando, de repente, o carro para de funcionar. Encosta e liga para o seguro.



- Alô, preciso de um guincho. Essa naba velha parou de funcionar. Tô aqui na "Venzel Calôfer".




- O senhor pode soletrar, por gentileza? Não estou conseguindo encontrar a localização.




Desliga o telefone.




Depois de 10 minutos liga novamente para o seguro.




- Alô moço, empurrei o carro até a rua Dom Pedro II.


Adaptado de: https://www.facebook.com/EEEguaaa/photos/a.117862961673791.13571.117855405007880/788310151295732/?type=3&theater

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Meninos invadem banheiro feminino da escola

Aconteceu na E. E. M. Prof. Roberto Grant na manhã de 5 de novembro. Nada foi premeditado com antecedência. Consta apenas que todos os garotos da 3ª 04, tendo como cúmplices a professora de LPL e as garotas da turma, adentraram ao banheiro feminino da escola.

O que foram fazer lá?
Pasmem. Foram ler e ouvir poesia!

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Tudo começou quando a professora falava de Carlos Drummond de Andrade, sua vida e obras. Ao falar de "E agora, José?", uma das meninas lembrou que essa poesia está afixada em uma das portas internas no banheiro feminino. "Não vale", exclamaram alguns dos rapazes. "Nunca entrei num banheiro feminino", disse outro.

Como a gurizada topou, nos dez minutos finais fomos todos ao banheiro.

Veja:






Poema completo:

E agora, José? 
(Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,

e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?

e agora, José?

Está sem mulher,
está sem carinho,
está sem discurso,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?



Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?


Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!


Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia, 
sem parede nua
para se enconstar,
sem cavalo preto
que fuja a galope
você marcha, José!
José, para onde?

Link: http://www.vagalume.com.br/paulo-diniz/e-agora-jose.html#ixzz3qfzPjz8a